Chamei-me de rigida se quiserem. Mas no que toca à educação sou exigente.
Mimo a minha filha, como muitas das minhas amigas mães não o fazem. Compro brinquedos, cedo aos Mac´s e às pizzas, até aos produtos de beleza e roupas (ela nisso sai mesmo a mim).
Mas...existe casualmente um Não!, seja no supermercado porque ela quer gomas, ou numa loja de roupas onde ela viu uns sapatos lindos, ou na loja de brinquedos onde encontrou um boneco tão fofinho.
É nessas alturas que muitos pais, sofrem o seu pior pesadelo, enfrentam o choro, os gritos, o espernear no chão e por aí fora. Mas eu nunca vivi isso... e confesso que sou daquelas que quando passa por uma situação dessas olho com olhar reprovador para os pais. Mas também consigo perceber que muitos desses pais simplesmente não conseguem ter mão neste tipo de situações.
Então penso para com os meus botões, ou tenho sorte com a minha filha ou então a soube educar de forma a ser humilde. Quero acreditar que são esses dois factores que abonam a meu favor.
Ora vejamos, como disse anteriormente, sou daquelas mães que gasta pequenas fortunas com os filhos, mas também sou daquelas que demostra que nem sempre podemos ter aquilo que queremos.
Por exemplo:
A Nounou (agora com 5 anos) viu na montra de uma sapataria uns ténis (a meu ver um bocado pirosos). ela assim que os viu, parou em frente à montra, chamou a minha atenção e disse: Olha mãe, não são lindos?! Podes comprar?
Tenham em atenção à ultima frase, ela utiliza o "podes" e não o simples "compra". Essa lição foi ensinada por volta dos 2 anos. Recordo que quando ela ainda andava de carrinho de passeio apontar para um chupa-chupa e dizer "Quero chupa-chupa"
Ao qual eu baixei-me ao nível dela e disse: Queres? E tens dinheiro para comprar? Se tiveres podes comprar, mas se não tens dinheiro, tens de me perguntar se eu posso pagar o chupa-chupa.
(Atenção nesta altura comecei a ensinar o que era o dinheiro, para que servia e como se conseguia, cedo demais? Talvez, mas deu resultado)
E não Leonor, não posso comprar o chupa-chupa, não trouxe dinheiro comigo. Mas amanhã voltamos aqui e eu compro, pode ser?
Surpreendentemente a conversa morreu ali, sem choro nem insistência. No dia seguinte, voltámos e eu comprei o chupa, tal como prometi.
E habituei-a dessa forma, compro quando posso e acho que o deva fazer. Quando ela se porta mal...só lhe digo: Lembras-te dos ténis cor de rosa que viste na tal loja? Sim, então esquece, não compro coisas a meninas que não ouvem o que eu digo.
Agora o caso da pestinha do meu sobrinho emprestado. A mãe dele não consegue fazer nada dele, grita, dá-lhe palmadas, enfim ir à casa dela era assinar uma prescrição de comprimidos para a dor de cabeça.
Num feliz dia, de mau comportamento, desde correrias, gritos como se fosse um doido. Ele angelicalmente afirma: Tia compra-me aquele carro!
Ao que respondo de forma seca: Não! Não mereces, correste quando a tua mãe disse para andares ao nosso lado, andaste aos pulos em cima do sofá e pior com os sapatos calçados, não comeste tudo e ainda demoraste. Portanto, F. achas que mereces que te compre um brinquedo? Porta-te bem, não me faças dores de cabeça, que eu logo vejo se te compro o carro!
Concordou de cabeça baixa, mas lá portou-se bem até pelo menos me ir embora. Deu resultado? Daria se a avó não tivesse ido comprar 3 carrinhos para a colecção, quando ele tinha acabado de se portar mal.
Nós trabalhamos para ter dinheiro, eles para terem o que querem, têm de seguir as regras que vocês ditam. E fim de conversa!